Umas e Outras
Chico Buarque
Se uma nunca tem sorriso
É pra melhor se reservar
E diz que espera o paraíso
E a hora de desabafar
A vida é feita de um rosário
Que custa tanto a se acabar
Por isso às vezes ela para
E senta um pouco pra chorar
Que dia! Nossa, pra que tanta conta?
Já perdi a conta de tanto rezar…
Num momento em que presenciamos as ações governamentais sobre as questões do aborto, é interessante observarmos sob a ótica antropológica e sociológica os “caminhos” pelos quais passam as mulheres no decorrer dos séculos.
Lei de atendimento deve reduzir abortos
Com a sanção integral, sem vetos, da lei que obriga os hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde) a prestar atendimento emergencial e multidisciplinar às vítimas de violência sexual, o número de abortos realizados de acordo com legislação vai cair, afirma o governo. Na sanção, a presidente Dilma Rousseff manteve a previsão de oferecer às vítimas os contraceptivos de emergência, a chamada pílula do dia seguinte, mas vai encaminhar ao Congresso Nacional um projeto de lei alterando a forma como a prescrição está descrita na lei. O termo “profilaxia da gravidez” será substituído por administração de “medicação com eficiência precoce para a gravidez decorrente de estupro”.
Nesses casos as mulheres foram vítimas de agressões.
Mas existe outro lado dessa história. A prostituição. Ela, muitas vezes, não foi o caminho escolhido, porém, estabeleceu-se como um caminho induzido.
Desde os tempos mais remotos é notável o exercício desta ação. Até virou “profissão” remunerada e sem lei que oriente o “trabalho” executado. Prostituição é a troca consciente de favores sexuais por dinheiro. A prostituição é praticada mais comumente por mulheres, mas há um grande número de casos de prostituição masculina em diversos locais ao redor do mundo.
Lembram-se do filme Gigolô Americano?
Richard Gere vive um gigolô. Na trama, ele se apaixona pela esposa de um político e é acusado de assassinar outra cliente.
Apesar de fortemente disseminada no senso comum, a ideia de que a prostituição seja a profissão mais antiga do mundo não encontra qualquer fundamento histórico ou antropológico, visto que os mais antigos registros de atividades humanas revelam as mais variadas especializações como agricultura e caça, mas raramente revelam indícios de prostituição, que normalmente exige um contexto social posterior. Posteriormente, ainda na Antiguidade, em muitas civilizações já desenvolvidas, a prostituição era praticada por meninas como uma espécie de ritual de iniciação quando atingiam a puberdade. No Egito antigo, na região da Mesopotâmia e na Grécia, via-se que a prática tinha uma ritualização. As prostitutas, consideradas grandes sacerdotisas (portanto sagradas), recebiam honras de verdadeiras divindades e presentes em troca de favores sexuais.
Wikipédia
Existe quem venda a virgindade também. Não será uma prostituta necessariamente. Pode ser meio caminho andado.
Escrevi sobre isso tempos atrás.
“Aquelas Mulheres de Atenas e a Catarina de Santa Catarina”
Catarina – A Deusa do hímen de ouro? Bota preço nisso!
A mais antiga profissão registrada na história é também uma das mais apreciadas pelos cineastas.
Até que ela é meio grega e meio índia… Será que vai ter escalpe?
Catarina de Santa Catarina-Folha de São Paulo
Vênus fecundada na grande espuma das praias do sul.
Já que estão liberando a “maconha” em vários lugares do mundo, o Brasil poderia ser o pioneiro na criação de um PMPMV – Programa Minha Puta Minha Vida! Regularizar a profissão e não importar putas de Cuba seria decreto discreto nessas paragens. Aproveitando, desta forma, a onda das “quebras de tabus”! Certamente o país não incentivará o aumento do índice de “Madalenas Arrependidas”! Bons salários e planos de saúde cinco estrelas.
A garota de programa, que cobra por alguns minutos de prazer, é retratada em diversas produções de Hollywood, e também desperta ódio, paixão e, muitas vezes, compaixão por onde passa.
Como cantava Chico Buarque em verso e prosa:
Se uma nunca tem sorriso
É pra melhor se reservar
E diz que espera o paraíso
E a hora de desabafar
A vida é feita de um rosário
Que custa tanto a se acabar
Responsável por consagrar Audrey Hepburn nos cinemas, a adaptação da obra de Truman Capote retrata uma acompanhante de luxo de Nova York que procura um homem rico para casar e, depois de cada noitada, sai para gastar o dinheiro em joias na loja Tiffany.
Minha saudosa sogra Sabine representando no palco da vida… Ela iria gostar muito desse artigo… Saudades!
E Julia Roberts então? Em “Uma Linda Mulher”!
O filme retratou o lado romântico da profissão, quando um rico homem de negócios (interpretado por Richard Gere) se apaixona e mostra que o amor é maior do que qualquer preconceito.
Um amigo meu diria, ao ganhar na sorte grande: “Agora não vai ter mais puta triste… Nem garçom pobre”!
Tendências a boemias!
Quando tive construtora e frequentava o SINDUSCON – Sindicato da Indústria da Construção Civil, tendo sido Secretário Executivo do Sindicato de Salvador na Bahia, ouvia dos empreiteiros de obras o seguinte: “Empreiteiros e construtores são iguais putas”!
Como assim? Perguntei!
Responderam uníssonos: “Eles estão sempre arrodeados de homens, só falam em dinheiro e juram que vão sair dessa vida”!
Perguntei para Mariana Guiss, minha eterna enteada, o que ela achava das putas! Sem titubear ela emplacou: “Acho que elas gostam mesmo é de dar”! Sábia resposta. É mesmo neta do saudoso Renato Schaitza! Objetiva e possuidora de um tirocínio genético sem par.
Se uma nunca tem sorriso
É pra melhor se reservar
E diz que espera o paraíso
E a hora de desabafar
Um Abraço pro Gaiteiro!